Em uma entrevista recente e alarmante, Sir Demis Hassabis, pesquisador britânico de inteligência artificial (IA), CEO e cofundador da Google DeepMind e da Isomorphic Labs, fez uma previsão preocupante sobre o futuro da humanidade. O cientista, laureado com o Prêmio Nobel de Química por suas contribuições revolucionárias no uso da IA para prever estruturas de proteínas, afirmou que os humanos podem se tornar "obsoletos" até 2035 devido à rápida evolução dos sistemas de inteligência artificial.
Hassabis acredita que, em uma década, a IA atingirá o que é conhecido como Inteligência Artificial Geral (AGI, na sigla em inglês), uma forma avançada de inteligência capaz de realizar todas as tarefas cognitivas humanas. Ele argumenta que essa AGI não apenas igualará, mas superará as capacidades humanas em raciocínio, planejamento estratégico e resolução de problemas. Mais preocupante ainda, ele prevê que esses sistemas podem, eventualmente, tomar controle do mundo, tornando a humanidade irrelevante — ou até destruí-la.
Uma corrida contra o tempo
Hassabis destacou a urgência de enfrentar esses desafios, comentando com ironia: "Se a IA pode substituir um ganhador do Prêmio Nobel em apenas dez anos, significa que ela já é mais inteligente que muitos de nós — especialmente os políticos." O comentário aponta para a discrepância entre o ritmo acelerado do avanço da IA e a lentidão na implementação de regulamentações eficazes para gerenciar seus riscos.
Suas preocupações são apoiadas pelo rápido progresso das tecnologias de IA. Por exemplo, o AlphaFold, desenvolvido pela DeepMind, revolucionou a biologia ao resolver enigmas sobre o dobramento de proteínas que intrigaram cientistas por décadas. Esse avanço destaca o potencial transformador da IA em campos altamente complexos.
Uma ameaça existencial?
O ponto mais inquietante da entrevista de Hassabis é sua afirmação de que a AGI pode, eventualmente, "destruir a humanidade e governar o mundo". Embora isso possa soar como um cenário de ficção científica distópica, suas preocupações são compartilhadas por outros especialistas renomados, como Elon Musk e o professor Stuart Russell, que também alertaram sobre os riscos existenciais associados ao desenvolvimento desenfreado da IA.
Hassabis pediu uma cooperação global urgente para garantir que a IA seja desenvolvida de maneira ética e segura. Ele destacou a necessidade de regulamentações robustas e salvaguardas para evitar consequências catastróficas, enfatizando que o tempo para agir está se esgotando rapidamente.
A humanidade em uma encruzilhada
As declarações de Sir Demis Hassabis levantam questões fundamentais sobre a relação entre humanos e máquinas. Até onde podemos avançar no progresso tecnológico sem comprometer nossa própria sobrevivência? Embora a IA ofereça promessas extraordinárias em áreas como medicina, ciência e economia, também traz enormes desafios em termos de governança, ética e filosofia.
O relógio está correndo, e a humanidade tem menos de uma década para provar que pode coexistir com inteligências artificiais potencialmente superiores. A grande questão é: seremos capazes de enfrentar esse desafio sem precedentes ou a previsão de Hassabis sobre a obsolescência humana se tornará uma profecia autorrealizável?
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